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A galeria Hauser & Wirth em Londres, exibe uma mostra no mínimo intrigante.  “ID, Ego e Superego” de criação de Mark Wallinger, um dos mais importantes artistas britânicos contemporâneos.  Mark nos convida a testemunhar a sua auto-reflexão, que por sua vez, desenvolve o movimento do pensar, induzindo-nos a uma reflexão para um autoconhecimento e reconhecimento de partes que não temos consciência, porém, que afetam a construção da personalidade e influenciam a nossa forma de pensar, agir e interagir com o mundo. As explorações psicológicas do artista são expressas em pinturas, acrílico sobre tela e instalação de arte, que transformam os conceitos de Freud (ID, Ego e Superego) em magníficas interpretações visuais.  Em “ID” (2015), o artista chama a nossa atenção para o lado primitivo e instintivo da personalidade retratados em uma série de pinturas com uma simetria tão perfeita que impressiona. Feitas com as duas mãos, com movimentos gestuais intensos e livres, ora mancham e arranham de negro as telas brancas, ora apenas as tocam e as acariciam. “ID” teve inspiração na simetria bilateral do “Homem Vitruviano”, famoso desenho de Leonardo da Vinci que faz menção às proporções divinas perfeitas, portanto, ao humano ideal, à sua personalidade e, ao mesmo tempo, à sua integração no universo e relação com o todo.  Já “Ego”, parte do ID modificado pelo mundo externo, o artista presta um tributo a “Criação de Adão” de Michelangelo.  Duas fotos das mãos do artista em tamanho real, feitas com iPhone, recriam o gesto de Michelangelo da Capela Sistina, em que os dedos de Deus e de Adão quase se encontram, representando para Mark a reconstrução. E finalmente, “Superego” (2016), os valores morais da sociedade, é retratado na sua mais recente obra escultórica, onde um altíssimo poste de metal sustenta um grande triangulo todo revestido em espelhos, que gira acima da cabeça do espectador e o hipnotiza com a galeria em fragmentos obtidos pela sua reflexão e contínuo movimento de rotação.  Uma analogia com o sinal giratório da New Scotland Yard. Sua constante rotação representa a energia incessante e vigilância, remota e inacessível como um símbolo de dominância. Podendo, eventualmente, também expressar a figura “paterna” de Freud. O olho onipresente e onisciente de que tudo vê e controla o nosso comportamento, assim como faz o Superego.  Uma mostra tremendamente fantástica que nos convida a uma verdadeira viagem à psique…
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Hauser & Wirth Gallery
De 15 de Março a 07 de Maio, 2016
Terças a sábados, das 10h as 18h
23 Savile Row – W1S 2ET
Londres, Reino Unido